quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Em busca do meu EU...

A
 cada segundo busco palavras que possam, no papel, representar o que sinto dentro do mais íntimo do meu eu... são sensações referentes a cada parte do que me compõe, pedaços de um quebra cabeça que não completa, peças que teimam em não se encaixar. Sei lá! Vontades e desejos que me corroem por dentro, frustrações e sensações que me fazem sentir pequenina diante do mundo... Uma vontade de ser livre que me prende sempre a um mundo imaginário fechado, isolado do que tem de mais real...
Dentro de mim nasce a cada dia uma vontade de ser outra Roberta, mas de simplesmente ser eu... de poder dizer aos quatro ventos que sou uma mulher com alma de menina, ou ainda sou uma menina com os desejos de mulher...
Meu mundo gira, tudo se embaralha, sonhos, desejos, vontades... tudo faz parte de um eu que grita para existir, mas vive preso pela necessidade de sempre se mostrar forte para os outros... Por que temos essa necessidade idiota de ser aceito como as pessoas querem?
Ouvi certa vez que eu era um a “Pequena Grande Mulher”, deve ser pelos meus 153 centímetros de altura, mas e daí... o autor da frase me reduziu a um cisco quando se referiu a mim como "um grande erro"... e ai? O que pensar do ser humano... ? e o que pensar de mim... ? São por essas e outras que acho idiota essa dependência que teimamos em ter da aceitação do outro...
Ser pequena, ser grande, ser menina, ser mulher... qual o significado desses meus fantasmas? Meus medos me consomem e eu não sei lidar com eles... às vezes busco respostas para as questões do meu eu em amigos ausentes que a “distância” afastaram de mim... pessoas que vivem nos meus pensamentos como caminho para minha felicidade e que quase sempre nem se dão conta disso... Seja o tempo ou a distância ou mesmo a falta deles, parece que conspira para que eu me sinta cada vez mais só...
Só... Me pergunto: Como uma pessoa que vive rodeada de outras pode ser só? Não encontrei essa resposta ainda, mas estou na busca, como para todas as questões que surgem quando mais procuro me entender...
Nessa constante um ponto em questão me deixa inquieta, ser sempre rotulada pela minha aparência... ouvi essa semana que sou diferente das outras mulheres... que “elas pagam para tirar as ruga porque então eu não pagaria para colocar umas”... é engraçado, mas aparento ser bem mais jovem que minha idade e isso está me incomodando... e essa tornou-se a razão maior da escrita desse livro, pois vivo sempre entre a menina e a mulher...

Por Betha Rodrigues 

Trecho do projeto de um livro: escrito em 11 de dezembro de 2010